Vamos falar sobre startup? Agora todo mundo que começa a empreender, diz que abriu uma startup! Sua vizinha começa a vender brigadeiros pelo Rappi e diz que abriu uma startup gourmet.
Muita calma! Vamos falar sobre startup de verdade! Não simplesmente usar um nome cool para quem está se virando para sobreviver nos dias de hoje.
Empreender para mim, é coisa séria, precisa ter coragem, garra. Mas empreender é uma coisa, montar uma empresa é outra coisa e montar uma startup é uma coisa diferente ainda. Todas têm os seus desafios e seus valores. Mas cada coisa é uma coisa!
Mas deixando as coisas de lado, vamos focar na startup! Segundo Steve Blank, startup é uma organização temporária, projetada para buscar um novo modelo de negócios repetível e escalonável.
Meio confuso, não é? Vamos por partes…
O que é um modelo de negócio?
Um modelo de negócios descreve como sua empresa cria, entrega e captura valor. Ou sendo bem objetiva, um modelo de negócio descreve como sua empresa ganha dinheiro.
Pense em um modelo de negócio como um desenho que mostra todos os fluxos entre as diferentes partes da sua empresa. Um diagrama de modelo de negócios também mostra como o produto é distribuído para seus clientes e como o dinheiro retorna para sua empresa. E mostra as estruturas de custos da sua empresa, como cada departamento interage com os outros e onde sua empresa se encaixa com outras empresas ou parceiros para implementar seu negócio.
Exemplificando: Alguém aqui paga para usar o Facebook? Ou o Instagram? Ou o WhatsApp? Se você acha que não, está redondamente errado.
Nós pagamos com os nossos dados. Nossas informações, nosso histórico, nossas buscas alimentam um banco de dados extremamente valioso que é vendido a anunciantes, pesquisadores, governos…
Mas lá atras, no momento da ideia, isso não era claro, aliás, nem sabiam se era possível. Eles precisaram criar e desenvolver um novo modelo de negócio, uma nova profit formula, uma fórmula de receita que viabilizasse o desenvolvimento da ideia, atraísse investidores e desse lucro.
Então, para ser uma startup é preciso ter uma organização temporária para criar uma nova forma de ganhar dinheiro. Isso quer dizer, que o mesmo Facebook que usamos de exemplo, foi uma startup no momento que a ideia estava sendo concebida e implementada. Mas hoje não é mais. A “formula de ganhar” dinheiro já foi validada e agora pode ser repetida. E o Facebook é hoje uma empresa.
Faltou para fecharmos essa explicação, só uma palavrinha… escalonável. E é aí que está a essência de uma startup. Mais do que criar uma nova forma de ganhar dinheiro, a startup precisa ter um resultado desproporcionalmente grande, pelo menos 10x maior do que uma empresa convencional. E isso acontece devido ao uso de novas técnicas organizacionais que alavancam as tecnologias.
São construídas com base nas tecnologias da informação, que desmaterializam o que antes era da natureza física e o transfere para o mundo digital sob demanda. E é representado pelo gráfico abaixo da Singularity University, conhecido como os 6 Ds da Inovação.
Parece complexo, mas você já vivenciou isso acontecendo várias vezes. É só você ouvir música. Isso mesmo. Quando eu era pequena, nós ouvíamos LP. Era um disco de vinil preto, com vários risquinhos que você punha numa vitrola para ouvir. As ranhuras desse risquinho, ao serem atritadas por uma agulha especial, numa rotação determinada, reproduziam o som.
Nesse momento, a música, era um produto analógico. Você precisava do disco e da vitrola. Mais ainda, você precisava ter o disco, que era vendido em lojas especializadas. Esses discos eram fabricados e distribuídos a essas lojas por uma indústria extremamente robusta. A indústria fonográfica.Dentro da evolução. A música antes analógica, foi digitalizada e passou a ser um arquivo gravável em um CD. Pouca coisa mudou em um primeiro momento, uma decepção. Ao invés da vitrola, você precisava de um CD Player, que poderia ser encontrado também acoplado ao seu computador. Mas o resto, quase todo igual.A disrupção (quebra de mercado – prometo falar mais sobre isso no futuro) acontece quando esse arquivo contendo a música, passa a ser armazenado na nuvem. E quando isso acontece, o físico se desmaterializa. Não é mais necessário ter um LP, um CD. Não é mais necessário ter um hardware específico. Toda a cadeia de produção e distribuição deixa de existir. E todos os custos referentes a isso, também. Que é o que chamamos de desmonetizar. O que antes tinha valor disco, vitrola, loja, perde sua função completamente. E o mercado é democratizado, você não precisa mais comprar a música fisicamente e não é mais necessário ter um aparelho específico para reproduzi-la, qualquer dispositivo digital serve.Tá bom… onde entra o escalonável nisso? Entra que antes, para eu ter 1 milhão de ouvintes, eu precisava produzir e distribuir 1 milhão de cópias de um LP. Hoje, para ter 1, 1mil, 1milhão, 1 bilhão de ouvintes, eu preciso de apenas 1 arquivo digital disponibilizado numa plataforma. Eu posso crescer meus ouvintes, sem impactar no meu custo de produção.É por esse motivo, que sempre que falarmos em startup, estamos falando de um produto digital, nunca físico.Sendo assim, quando sua vizinha do andar de baixo, te contar que ela abriu uma startup de brigadeiros, você vai recomendar a ela esse texto.
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