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EMPRESÁRIO OU EMPREENDEDOR?

Em 1997, a Babson College e a London Business School, se juntaram em uma iniciativa pioneira, que deu origem em 1999 a publicação do primeiro relatório do GEM – General Entreprenership Monitor, pesquisa que, pela primeira vez, reuniu avaliações de desenvolvimento e impacto do empreendedorismo na economia e na sociedade. Esse estudo, começou por 10 países, sendo os do G7 mais Dinamarca, Finlândia e Israel. Em 2.000, outros 11 países se juntaram a pesquisa, entre eles o Brasil.

Quando decidi escrever alguns temas relacionados a empreendedorismo, meu principal objeto de estudo, fiquei por algum tempo me perguntando por onde começar e, não tenho dúvidas, que a melhor forma é alinhando a linguagem.Tenho visto constantemente a mídia e as pessoas em geral, usarem sem critérios de diferenciação as palavras empreendedor e empresário, como se um fosse o estágio do outro. Como se empreendedor fosse o aprendiz de empresário, tipo, se o “cara” está começando, é empreendedor, se está estabelecido é empresário.Algumas observações do que encontramos na mídia:

– Se é corrupto, é empresário;

– Se é especulador, é empresário;

– Se é inovador, é empreendedor;

– Se a grana tá curta, é empreendedor;

– Se recebeu investimento de fundos, é empreendedor;

– Se o dinheiro veio do BNDS, é empresário, etc.

De alguma forma, o empresário carrega uma visão negativa ao negócio, enquanto o empreendedor, sempre traz uma abordagem mais positiva.Numa busca rápida ao Dicionário Michaelis, os verbetes encontrados, não ficam longe disso:empresário em.pre.sá.rio adj (empresa+ário) V empresarial. sm 1 Pessoa que se estabelece com uma empresa ou indústria, tomando a seu cargo a execução de um trabalho. 2 Pessoa que, objetivando lucro, investe capital na realização de espetáculos artísticos, esportivos etc.empreendedor em.pre.en.de.dor adj (empreender+dor2) 1 Que empreende. 2 Que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora do comum; ativo, arrojado. sm 1 Aquele que empreende. 2 Aquele que toma a seu cargo uma empresa.Como esse texto não pretende ser nenhum artigo acadêmico, me permito aqui, deixar os verbetes de lado e fazer uma interpretação filosófica dos termos baseada na minha experiência e sensibilidade de 20 anos de convivência com empreendedores e empresários, onde em minhas primeiras palestras, ainda na virada do século, via a necessidade de explicar o termo para me fazer ser entendida.Uma vez, não me recordo a data ao certo, mas acredito que era em 2.004, tive a oportunidade de assistir aqui no Brasil, uma palestra da Anita Roddick. Para quem não conhece, Anita era uma mulher a frente de seu tempo. Inglesa, foi fundadora da The Body Shop, primeira marca de cosméticos a pensar em impacto ambiental e com isso quebrar paradigmas. Nessa palestra, ela, uma empresária muito bem estabelecida, com diversos prêmios e reconhecimentos mundiais, se auto-denominou empreendedora e usou uma definição para o termo, que passou a nortear a minha vida e meus estudos: “A diferença entre os empreendedores e os loucos, é que os empreendedores conseguem comunicar com paixão a sua loucura.”Perceba, que nessa frase, não tem os verbos fazer ou realizar, mas sim o comunicar. O substantivo, tão pouco é empresa, negócio, projeto ou dinheiro, mas loucura e o adjetivo, passa longe da eficiência, rapidez ou qualidade, pois é a paixão.Para ela, ser empreendedor, não é montar um negócio, que possa escalonar e gerar lucros astronômicos. Para ela, empreender é conduzir pessoas a fazerem algo impensado, é influenciar, é liderar.Foi em meados de 2.004 também, que tive a oportunidade de ler pela primeira vez o, na época recém-lançado, Best-Seller O Monge e o Executivo, de James Hunter. Acabei de relê-lo, junto com os outros 2 livros dessa trilogia, presente que ganhei de um querido jovem empreendedor que apoio e, é impossível não traçar um paralelo entre o Empreendedor de Anita e os ensinamentos de Hunter sobre liderança servidora;Para Hunter, liderança é definida pela habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter.Nesse mesmo texto, ele faz um contraponto entre o líder e o gerente: “Planejamento, orçamento, organização, solução de problemas, controle, manutenção da ordem, desenvolvimento de estratégias e varias outras coisas – gerência é o que fazemos, liderança é quem somos.”Passada, já mais de uma década, continuo me apoiando nessas referências e, por isso, as tomo emprestadas na diferenciação da figura de Empresário e Empreendedor, comparando o primeiro a figura do gerente de Hunter, uma pessoa voltada a gestão, aos assets, aos resultados. Uma pessoa de grandes qualidades técnicas e com certeza comprometido com a empresa e o seu desenvolvimento. O Empreendedor, comparo ao líder, ao influenciador, que irá comandar o time pela confiança que é creditada a ele.Dentro dessa minha visão, os papéis podem se somar. Um Empresário, pode ou não ser também Empreendedor, trazendo uma gestão mais humanizada e buscando inovações para o desenvolvimento de seu mercado. O Empreendedor, da mesma forma, pode usar sua liderança e “loucura”, para construir seu próprio negócio, ou empreender em outras empresas, causas ou associações.Para terminar, sintetizo parafraseando Hunter:Empresário é o que fazemos, Empreendedores é o que somos.

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